Meus sóis entre nuvens
- Chicó
- 4 de nov. de 2024
- 1 min de leitura
No silêncio cinzento de um fim de semana,
a chuva dança nos vidros, uma melodia estranha.
Lá fora, o céu baixo, tão perto e pesado,
traz o peso da ausência que sinto ao meu lado.
Meus filhos brincam, risos leves, espalhados,
como faíscas de sol em um dia nublado.
Seus sorrisos preenchem o vazio e o vão,
mas falta um pedaço, falta sua mão.
Em cada história contada, um eco de você,
em cada abraço, um consolo por ter e perder.
Eles correm, inventam mundos, mundos tão seus,
e em seus olhos vejo o reflexo dos sonhos meus.
A chuva prossegue, incansável e fria,
como se sentisse também essa nostalgia.
Nos cobertores, buscamos um calor inventado,
mas nada aquece como o toque desejado.
Sei que estamos juntos, nós três, e é tudo,
mas ao mesmo tempo, essa falta é um muro.
Um fim de semana assim, de amor e de dor,
onde as lembranças sussurram sua cor.
E o céu nublado, como um espelho de nós,
guarda essa espera, que em silêncio me rói.
Enquanto a chuva cai, enquanto o tempo passa,
sinto que, apesar de tudo, você ainda me abraça.
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